domingo, 11 de outubro de 2015

Atletas de Jersey, com apoio da Durrell e Henry Cavill, na Floresta Brasileira


Desafio de Superação e Resistência na Floresta Reúne Maratonistas do Mundo Todo no Brasil

Um ambiente selvagem - quase intocado, com clima úmido e temperaturas de 40°C - igarapés, subidas, descidas, travessia de rios, trilhas, mosquitos e muita adrenalina são alguns dos itens que fazem parte da Jungle Marathon (a Maratona da Floresta), que  teve sua 11ª edição realizada no Brasil, na Floresta Nacional do Tapajós, Pará, de 1° a 10 de outubro.

A Jungle Marathon (JM) é a maratona mais selvagem, considerada por alguns a mais difícil do mundo. Ela reúne participantes de várias idades e de todas as partes do mundo. Este ano, tivemos a participação de dois atletas de Jersey, Pete Wright e Steve Hayes. A intenção deles, além de testar seus limites nessa jornada, é arrecadar fundos para a Durrell Wildlife Trust, organização que apoia projetos de preservação de espécies em extinção pelo mundo. 

Para saber mais sobre os atletas, confira a tradução do artigo do site da Durrell que fizemos no blog: Durrell Trás Jersey ao Coração da Amazônia   

Antes de Pete e Steve embarcarem para o Brasil, eles se encontraram em Jersey com o embaixador da Durrell e com o ator britânico Henry Cavill (O Homem de Aço), que ficou impressionado com a preparação e força de vontade dos atletas. O encontro foi registrado num vídeo, onde Cavill deseja boa sorte aos conterrâneos na maratona e reforça seu apoio aos competidores



Como é a Maratona?

Organizada por Shirley Tompson, que comanda um time de 200 pessoas durante os circuitos para garantir que tudo corra bem, a competição tem limite máximo de 75 concorrentes, que pagam uma taxa de inscrição de  £2,000 (aproximadamente R$ 11.520), e optam por qual trajeto irão percorrer.
Existem três circuitos: um de 42 km, outro de 4 etapas com 127 km, e o de 6 etapas com 254 km. 
Não é exigida dos participantes experiência em competições, a JM é aberta a todos, maiores de 18 anos e com espírito de aventura, mas é recomendável um bom preparo físico e um autocontrole mental.


Os percursos são marcados com fitas biodegradáveis, para que os atletas não se percam nas provas e para garantir a preservação do ecossistema. Há equipes médicas de plantão em todas as provas, na largada, na chegada e em locais estratégicos ao longo da floresta.

Cronograma

Os participantes têm que chegar até o aeroporto de Santarém, no Pará, pegar um táxi até a vila de Alter do Chão, (cerca de 30 km), e de lá pegar um barco que os leva para a Prainha de Tapajós, primeiro campo base da JM.


A saída do barco ocorreu no dia 1° de outubro à noite e a viagem durou pouco mais de 10 horas. Os participantes descansaram em redes e já começaram a se conhecer. No dia 2, no final da manhã, chegaram no campo base. Ali tiveram o primeiro contato com os moradores do vilarejo de Tapajós, que servem de guias para a equipe organizadora, preparando a marcação das trilhas além de disponibilizar a venda de alimentos (geralmente peixes, frutas típicas e água de coco) para os maratonistas.
Os habitantes do vilarejo recebem todos os 'turistas' com alegria de participar desse evento e fazem de tudo para que os atletas se sintam bem-vindos.


O dia 3 de outubro começou com palestras dos bombeiros, que falaram sobre segurança na floresta, plantas que devem ser evitadas, animais que podem ser encontrados no trajeto e o que fazer se você tiver a oportunidade de ficar cara a cara com uma cobra.


Depois houve uma palestra médica sobre cuidados com a desidratação e a exaustão com o calor e, por último, dicas para cuidar dos pés, que são muito exigidos durante todas as provas.

No final do dia, os corredores deram a última checada em seus kits e o que não seria transportado nas mochilas, foi separado e nomeado para aguardar no barco de apoio. Eles participaram de uma palestra especial para falar do programa da maratona e algumas informações de ecoturismo antes da primeira etapa. Cada etapa tem de 20 a 110 km ou mais, e todo o ano elas sofrem alteração para garantir o elemento surpresa aos competidores.

4 de outubro – 1° etapa


5 de outubro – 2° etapa
6 de outubro – 3° etapa
7 de outubro – 4° etapa e final da corrida para os 127km
8 e 9 de outubro – etapa longa


10 de outubro – etapa final, almoço na linha de chegada, transporte ao hotel e festa de encerramento.

Kit

Os competidores foram orientados a levar sua própria comida. Nos acampamentos, eles tinham acesso aos meios de preparo para suas refeições ou poderiam adquirir com os moradores locais.
A organização do evento sugeriu alguns itens imprescindíveis para garantir a autossuficiência dos atletas. Entre eles: repelente de mosquitos, barras de cereais, castanhas e doces, 2 garrafas de 2,5 L de água, placas reserva para o número de inscrição (para facilitar a identificação dos participantes), canivete, tabletes de sal, luvas, um pequeno kit médico, tabletes purificadores de água, calçado confortável e resistente, boné ou chapéu, roupas reservas, saco de dormir e mochila com capacidade média de 25 L.

O que eles viram na Amazônia?

Os corredores conheceram trechos quase intocados de floresta, visitaram vilas indígenas, e tiveram contato com frutas exóticas, dentre elas o Açaí. Tiveram a oportunidade de nadar no rio Tapajós, com praias fluviais de areias brancas, onde é possível, eventualmente, avistar golfinhos. Puderam provar peixes pescados pelos Tapajós, apreciar a castanha brasileira e conhecer a árvore seringueira, entre outras com propriedades medicinais integrantes de uma flora exuberante.






Vários participantes relataram que a travessia do rio, na prova longa, foi a parte mais divertida e marcante da competição. E nas entrevistas feitas pela equipe da JM, podemos ver que, para todos, a jornada é um desafio de superação e autoconhecimento. Até onde você pode chegar? Até que ponto o seu corpo aguenta? Você está provando para si mesmo que não tem limites.

Pete, de Jersey, declarou para a Durrell que: "Ao longo dos últimos dois anos, eu me tornei muito atraído pela corrida de aventura e venho me desafiando física e mentalmente, em terrenos variados e desafiadores, em climas diferentes e até hostis. Durante os últimos anos, eu já concluí com êxito várias grandes maratonas e corridas à distância, de vários estágios, e estas têm sido experiências fantásticas e edificantes. Eu estava buscando o desafio pessoal no final, e é isso que me inspirou para entrar na Maratona na Floresta.
Correr me dá uma sensação de liberdade, que me permite forçar meus limites e me dá a oportunidade de explorar novos territórios e conhecer novas pessoas interessantes. Há uma forte ética para a consciência ambiental na comunidade da Corrida de Aventura, e isso tem contribuído mais para a experiência positiva”.

Seu amigo Steve, já sonhava com o Brasil: “A Amazônia tem sido um destino dos sonhos para mim e meu falecido pai por muitos anos, e eu sou tão grato de poder mergulhar nos mais inóspitos e fascinantes ambientes. Como um amante dos animais, entusiasta dos animais selvagens e visitante/membro regular da Durrell, a vida selvagem tem sido de um forte apelo para mim e estou ansioso para ver o máximo possível e sentir toda essa atmosfera durante todo o evento”.

Ambos criaram uma página de arrecadação de doações que serão repassadas a Durrell Conservation Wildlife Trust, pois os atletas admiram e reconhecem o trabalho sério da organização.


Ainda dá tempo de contribuir com a sua doação no site http://uk.virginmoneygiving.com/team/JungleMarathon2015


Final da Maratona

Antes do último desafio, por seus tempos realizados nas outras provas, Steve Hayes estava na 10° posição e Pete Wright na 22°. Os três primeiros colocados na disputa, eram: Thomas Wittek, Andres Lledo e Miha Podgornik. Para esses três não houve alteração. A vitória foi do alemão Thomas, com o melhor tempo da maratona (44:40:00).

Pete cruzou a linha de chegada às 13:23 (tempo de maratona 76:17:00) garantindo o 22° lugar e Steve chegou às 12:54 (tempo de maratona 58:17:00), em 9° lugar.

Que os maratonistas levem boas lembranças e a certeza de que foram extraordinários em sua determinação e coragem. O clima foi de festa para todos e após o término da competição houve até um pedido de casamento na linha de chegada.

Os atletas confraternizaram em um grande almoço e em seguida se prepararam para deixar a Prainha de Tapajós.

Parabéns a todos que tornaram esse evento uma aventura de muito sucesso, e esperamos que retornem ano que vem, na próxima Jungle Marathon.





Por Fabiana Franzosi – Portal Henry Cavill BR

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