Desafio
de Superação e Resistência na Floresta Reúne Maratonistas do Mundo Todo no
Brasil
Um ambiente selvagem - quase
intocado, com clima úmido e temperaturas de 40°C - igarapés, subidas, descidas,
travessia de rios, trilhas, mosquitos e muita adrenalina são alguns dos itens
que fazem parte da Jungle Marathon (a Maratona da Floresta), que teve sua 11ª edição realizada no Brasil, na Floresta Nacional
do Tapajós, Pará, de 1° a 10 de outubro.
A Jungle Marathon (JM) é a
maratona mais selvagem, considerada por alguns a mais difícil do mundo. Ela
reúne participantes de várias idades e de todas as partes do mundo. Este ano,
tivemos a participação de dois atletas de Jersey, Pete Wright e Steve Hayes. A
intenção deles, além de testar seus limites nessa jornada, é arrecadar fundos
para a Durrell Wildlife Trust, organização que apoia projetos de preservação de
espécies em extinção pelo mundo.
Para saber mais sobre os atletas, confira a tradução do
artigo do site da Durrell que fizemos no blog: Durrell Trás Jersey ao Coração da Amazônia
Antes
de Pete e Steve embarcarem para o Brasil, eles se encontraram em Jersey com o
embaixador da Durrell e com o ator britânico Henry Cavill (O Homem de Aço), que
ficou impressionado com a preparação e força de vontade dos atletas. O encontro
foi registrado num vídeo, onde Cavill deseja boa sorte aos conterrâneos na
maratona e reforça seu apoio aos competidores
Como
é a Maratona?
Organizada por Shirley Tompson,
que comanda um time de 200 pessoas durante os circuitos para garantir que tudo
corra bem, a competição tem limite máximo de 75 concorrentes, que pagam uma taxa
de inscrição de £2,000 (aproximadamente
R$ 11.520), e optam por qual trajeto irão percorrer.
Existem três circuitos: um de
42 km, outro de 4 etapas com 127 km, e o de 6 etapas com 254 km.
Não é exigida dos participantes
experiência em competições, a JM é aberta a todos, maiores de 18 anos e com
espírito de aventura, mas é recomendável um bom preparo físico e um
autocontrole mental.
Os percursos são marcados com
fitas biodegradáveis, para que os atletas não se percam nas provas e para
garantir a preservação do ecossistema. Há equipes médicas de plantão em todas
as provas, na largada, na chegada e em locais estratégicos ao longo da
floresta.
Cronograma
Os participantes têm que chegar
até o aeroporto de Santarém, no Pará, pegar um táxi até a vila de Alter do
Chão, (cerca de 30 km), e de lá pegar um barco que os leva para a Prainha de
Tapajós, primeiro campo base da JM.
A saída do barco ocorreu no dia 1°
de outubro à noite e a viagem durou pouco mais de 10 horas. Os participantes
descansaram em redes e já começaram a se conhecer. No dia 2, no final da manhã,
chegaram no campo base. Ali tiveram o primeiro contato com os moradores do
vilarejo de Tapajós, que servem de guias para a equipe organizadora, preparando
a marcação das trilhas além de disponibilizar a venda de alimentos (geralmente
peixes, frutas típicas e água de coco) para os maratonistas.
Os habitantes do vilarejo recebem
todos os 'turistas' com alegria de participar desse evento e fazem de tudo para
que os atletas se sintam bem-vindos.
O dia 3 de outubro começou com
palestras dos bombeiros, que falaram sobre segurança na floresta, plantas que
devem ser evitadas, animais que podem ser encontrados no trajeto e o que fazer
se você tiver a oportunidade de ficar cara a cara com uma cobra.
Depois houve uma palestra médica
sobre cuidados com a desidratação e a exaustão com o calor e, por último, dicas
para cuidar dos pés, que são muito exigidos durante todas as provas.
No final do dia, os corredores
deram a última checada em seus kits e o que não seria transportado nas
mochilas, foi separado e nomeado para aguardar no barco de apoio. Eles
participaram de uma palestra especial para falar do programa da maratona e
algumas informações de ecoturismo antes da primeira etapa. Cada etapa tem de 20
a 110 km ou mais, e todo o ano elas sofrem alteração para garantir o elemento
surpresa aos competidores.
4 de outubro – 1° etapa
5 de outubro – 2° etapa
6 de outubro – 3° etapa
7 de outubro – 4° etapa e final
da corrida para os 127km
8 e 9 de outubro – etapa longa
10 de outubro – etapa final,
almoço na linha de chegada, transporte ao hotel e festa de encerramento.
Kit
Os competidores foram orientados
a levar sua própria comida. Nos acampamentos, eles tinham acesso aos meios de
preparo para suas refeições ou poderiam adquirir com os moradores locais.
A organização do evento sugeriu
alguns itens imprescindíveis para garantir a autossuficiência dos atletas.
Entre eles: repelente de mosquitos, barras de cereais, castanhas e doces, 2
garrafas de 2,5 L de água, placas reserva para o número de
inscrição (para facilitar a identificação dos participantes), canivete,
tabletes de sal, luvas, um pequeno kit médico, tabletes purificadores de água,
calçado confortável e resistente, boné ou chapéu, roupas reservas, saco de
dormir e mochila com capacidade média de 25 L.
O
que eles viram na Amazônia?
Os corredores conheceram trechos
quase intocados de floresta, visitaram vilas indígenas, e tiveram contato com
frutas exóticas, dentre elas o Açaí. Tiveram a oportunidade de nadar no rio
Tapajós, com praias fluviais de areias brancas, onde é possível, eventualmente,
avistar golfinhos. Puderam provar peixes pescados pelos Tapajós, apreciar a castanha
brasileira e conhecer a árvore seringueira, entre outras com propriedades
medicinais integrantes de uma flora exuberante.
Vários participantes relataram
que a travessia do rio, na prova longa, foi a parte mais divertida e marcante
da competição. E nas entrevistas feitas pela equipe da JM, podemos ver que, para
todos, a jornada é um desafio de superação e autoconhecimento. Até onde você
pode chegar? Até que ponto o seu corpo aguenta? Você está provando para si
mesmo que não tem limites.
Pete, de Jersey, declarou para a
Durrell que: "Ao longo dos últimos dois
anos, eu me tornei muito atraído pela corrida de aventura e venho me desafiando física e mentalmente, em terrenos variados e desafiadores, em climas
diferentes e até hostis. Durante os últimos anos, eu já concluí com êxito
várias grandes maratonas e corridas à distância, de vários estágios, e estas
têm sido experiências fantásticas e edificantes. Eu estava buscando o desafio
pessoal no final, e é isso que me inspirou para entrar na Maratona na Floresta.
Correr
me dá uma sensação de liberdade, que me permite forçar meus limites e me dá a
oportunidade de explorar novos territórios e conhecer novas pessoas
interessantes. Há uma forte ética para a consciência ambiental na comunidade da
Corrida de Aventura, e isso tem contribuído mais para a experiência positiva”.
Seu
amigo Steve, já sonhava com o Brasil: “A Amazônia tem sido um destino dos
sonhos para mim e meu falecido pai por muitos anos, e eu sou tão grato de poder
mergulhar nos mais inóspitos e fascinantes ambientes. Como um amante dos
animais, entusiasta dos animais selvagens e visitante/membro regular da
Durrell, a vida selvagem tem sido de um forte apelo para mim e estou ansioso
para ver o máximo possível e sentir toda essa atmosfera durante todo o evento”.
Ambos
criaram uma página de arrecadação de doações que serão repassadas a Durrell Conservation
Wildlife Trust, pois os atletas admiram e reconhecem o trabalho sério da
organização.
Ainda dá tempo de contribuir
com a sua doação no site http://uk.virginmoneygiving.com/team/JungleMarathon2015
Final
da Maratona
Antes do último desafio, por seus
tempos realizados nas outras provas, Steve Hayes estava na 10° posição e Pete
Wright na 22°. Os três primeiros colocados na disputa, eram: Thomas Wittek,
Andres Lledo e Miha Podgornik. Para esses três não houve alteração. A vitória
foi do alemão Thomas, com o melhor tempo da maratona (44:40:00).
Pete cruzou a linha de chegada às
13:23 (tempo de maratona 76:17:00) garantindo o 22° lugar e Steve chegou às 12:54 (tempo de maratona 58:17:00), em 9° lugar.
Que os maratonistas levem boas
lembranças e a certeza de que foram extraordinários em sua determinação e
coragem. O clima foi de festa para todos e após o término da competição houve
até um pedido de casamento na linha de chegada.
Os atletas confraternizaram em um
grande almoço e em seguida se prepararam para deixar a Prainha de Tapajós.
Parabéns a todos que tornaram
esse evento uma aventura de muito sucesso, e esperamos que retornem ano que
vem, na próxima Jungle Marathon.
Por Fabiana Franzosi – Portal
Henry Cavill BR
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